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Venture Capital | América Latina vive segunda onda de transformação digital, diz estudo Adicionado em 25/09/2021
 
Levantamento realizado pelo fundo de venture capital Atlantico mostra as oportunidades para investidores em setores como e-commerce, agronegócio e fintechs

A rápida digitalização da América Latina nos últimos dois anos provocou mudanças profundas no continente. E a tendência é que a transformação digital alcance patamares ainda mais altos nos próximos anos, com o surgimento de novos unicórnios e o amadurecimento do ecossistema. As conclusões estão no estudo Latin American Digital Transformation Report 2021, elaborado pelo fundo de capital de risco Atlantico, com o objetivo de atrair investidores estrangeiros para a região..

Para medir a velocidade das mudanças, foi criado o Índice Atlantico de Transformação Digital, que avalia fatores como penetração da internet e de aplicativos, aumento do número e da complexidade das empresas de tecnologia (com o surgimento de unicórnios) e potencial de crescimento do ecossistema de inovação.

Na América Latina, esse índice cresceu de 2,3%, em 2020, para 3,4% neste ano. Também houve crescimento no Brasil, que foi de 2,8%, no ano passado, para 4,5%, neste ano. Mesmo com os avanços, esses números estão muito longe dos índices alcançados por países como Estados Unidos, com 69,8%.

Oportunidades

O levantamento aponta alguns setores da economia que, depois do crescimento explosivo na pandemia, tendem a atrair a atenção de fundos internacionais: e-commerce, logística, meios de pagamento, marketplaces, criadores digitais, agronegócio e, principalmente, fintechs.

"Esse estudo já era algo que fazíamos todos os anos, mas internamente, para entender o que estava acontecendo no mercado. No ano passado, decidimos abrir para o mundo. Quisemos mostrar que tem muita coisa bacana rolando por aqui, muita oportunidade para investidores de fora", conta Julio Vasconcellos, ex-Peixe Urbano e fundador do Atlantico. "Só que, apesar de estarmos crescendo, ainda estamos muito longe do teto, de onde deveríamos estar", acrescenta.

O executivo faz um paralelo entre o que acontece na América Latina e o momento vivido por China e Índia. "A China, que achamos que é um país comparável, tem um percentual de penetração de tecnologia de 30,2%, 10 vezes maior que o da América Latina. Se pegarmos a Índia, que tem PIB per capta e acesso à internet muito abaixo dos nossos, esse número é de 14,2%", aponta.

Na visão de Vasconcellos, o Brasil está entre 3 e 5 anos à frente de outros países relevantes do continente: México, Argentina e Colômbia. Mas, para se aproximar dos patamares de nações mais desenvolvidas tecnologicamente, as brasileiras e as demais latinas precisam enfrentar um grande desafio: encontrar capital humano.

"Hoje, o maior gargalo é acesso aos talento da área de tecnologia, principalmente desenvolvedores de software, mas também outros profissionais, como de marketing digital, gerente de produto, designer de produto. Ainda é um recurso muito escasso. No Brasil, até temos visto aumentar a taxa de alunos em cursos mais técnicos, mas o crescimento não é rápido o suficiente para atender a demanda", avalia.

Unicórnios e China

O relatório da Atlantico mostra ainda que o valor dos unicórnios latino-americanos mais que dobrou entre 2020 e 2021: passou de US$ 46 bilhões para US$ 105 bilhões. Em quantidade, as startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais aumentaram de 18 no ano passado para 26 até agosto deste ano.

Outro dado relevante indicado pelo relatório é o crescimento da presença da China na América Latina, competindo com os Estados Unidos pela relevância na região. Entre as companhias de tecnologia chinesas que aportaram recentemente nas nações latinas, o estudo destaca TikTok e Shopee.

"A pandemia aumentou muito o nível de fricção entre Estados Unidos e China. Com isso, as empresas chinesas, que historicamente investiam mais para tentar entrar no mercado americano, começaram a procurar novos locais para continuar seu crescimento, e os países da América Latina viraram uma opção", diz Vasconcellos.

E-commerce e fintechs

A aceleração digital provocada pela pandemia fez com que alguns segmentos tivessem crescimento recorde nos últimos 18 meses. Entram na lista e-commerce, logística, meios de pagamento, streaming e plataformas para influenciadores e criadores de conteúdo.

Antes mesmo da crise, outro setor já apresentava um crescimento exponencial, apenas confirmado no último ano: são as fintechs latino-americanas, que no ano passado atraíram 40% de todo o investimento de capital de risco na América Latina.

"Dentro do guarda-chuva das fintechs, há outros segmentos emergindo. Acreditamos que a área de seguros têm muito potencial de penetração no Brasil e na América Latina. Existe uma abertura regulatória e um novo comportamento do consumidor, que tende a adotar a novidade da mesma maneira que abraçou os bancos digitais", afirma Vasconcellos.

O fundador da Atlantico vê potencial para surgimento de unicórnios de seguros. "O brasileiro se acostumou a fazer tudo via app e não quer mais ter que recorrer ao papel, ir ao cartório, aquele negócio analógico. Isso abre oportunidades para empresas que conseguirem suprir essa demanda. Acreditamos que em breve irão surgir gigantes nesse setor", finaliza.

Fonte: Época Negócios


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