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"É preciso também buscar inovação fora do próprio meio", diz diretor do Mercado Livre Adicionado em 28/01/2021
 
Renato Pereira relata o ano promissor que a unidade de venture capital da empresa teve no Brasil, com recorde de investimentos em startups e perspectiva otimista para 2021 

Mesmo uma empresa com mais de quatro mil desenvolvedores e presença em toda a América Latina, como o Mercado Livre, também precisa buscar inovação fora do seu próprio meio. É o que defende Renato Pereira, diretor de desenvolvimento corporativo da companhia. “Não temos o monopólio das boas cabeças, ideias e execuções”, disse, em entrevista à ABVCAP. “É saudável ter pessoas diferentes, de culturas e origens distintas, pensando de forma diversa para trazer inovação”, complementa. 

Na contramão das adversidades impostas pela pandemia de covid-19, os investimentos em startups feitos pelo Mercado Livre em 2020 superaram todo o histórico desde o início do fundo de Corporate Venture Capital (CVC), em 2013. No ano passado, a empresa investiu em sete empresas, seis brasileiras. Já o ticket médio investido por empresa passou da ordem de poucas centenas de milhares de dólares para cerca de um milhão de dólares — fruto, em parte, da decisão estratégica de focar em startups mais maduras e expandir a presença de seu CVC no país. 

“(A pandemia) paradoxalmente, ajudou a filtrar as melhores startups, as melhores oportunidades e as melhores equipes. Foi uma prova de fogo, que facilitou a nossa seleção de empresas”, diz Pereira, que está otimista para a continuidade do setor em 2021 Confira trechos da entrevista.


Como surgiu a unidade CVC do Mercado Livre e qual o foco estratégico atual?

Nosso corporate venture passou por três fases e está atualmente no que chamamos de "versão 3.0". Começou em 2013 com foco estratégico de fomentar o ecossistema de empresas que desenvolviam soluções para o Mercado Livre. A partir de 2016, começamos a investir, junto a fundos de venture capital, em empresas early stage que não tinham necessariamente negócios com o Mercado Livre, mas que poderiam ter sinergia no futuro. Já do fim de 2019 até agora, continuamos focando em startups que combinem valor estratégico com potencial financeiro, mas resolvemos focar em estágios mais maduros de empresa, em rodadas de série A em diante.


De que forma impulsionar o crescimento e a inovação, em uma empresa que já está na vanguarda tecnológica, com mais de 4 mil desenvolvedores na América Latina?

É preciso também buscar inovação fora do próprio meio. É saudável ter pessoas diferentes, de culturas e origens distintas, pensando de forma diversa para trazer inovação. Por mais que tenhamos um exército de pessoas com cabeça empreendedora no Mercado Livre, não temos o monopólio das boas cabeças, ideias e execuções. Com isso, conseguimos estar mais presentes em inovações que acontecem fora para, eventualmente, trazê-las ao Mercado Livre. 


Como foi o desempenho da unidade de CVC em 2020 e quais as expectativas para 2021? 

Foram sete empresas investidas no ano passado, seis brasileiras, e 35 ao longo da história do fundo, com 21 ativas, sendo 9 brasileiras. Em 2020, aumentamos o ticket investido por empresa de centenas de milhares de dólares para cerca de um milhão de dólares. Investimos no ano passado mais dinheiro em startups do que na soma dos sete anos anteriores. Este ano, devemos continuar no mesmo caminho e a tendência é de alta do ticket médio.


Que fatores fomentaram o segmento ano passado? 

Passamos a ter equipe dedicada a CVC no Brasil a partir de 2018, e no México desde 2019. Vale considerar também que, muitos dos investimentos realizados são frutos de conversas iniciadas meses antes, em empresas que estávamos acompanhando há um tempo. Paradoxalmente, a pandemia ajudou a filtrar as melhores startups,  as melhores oportunidades e as melhores equipes. Foi uma prova de fogo, que facilitou a nossa seleção de empresas.  


Quais as vantagens de ter a área de M&A integrada à unidade de CVC? 

A nossa área de desenvolvimento corporativo tem três pilares: corporate venture, M&A e business development, onde estão parcerias estratégicas e novos negócios. Funciona muito bem, pois conseguimos triangular essas áreas. Empresas que olhamos para M&A podem não ter o desfecho de aquisição, mas podem tornar-se parcerias estratégicas. Outras parcerias que fazemos viram investimentos, que podem, por sua vez, culminar em aquisições. Em 2017, por exemplo, a Becommerce foi adquirida por nós, além de outras em que investimos, como a Sirena e Ibushak, foram vendidas a outros players. 


Que investimento destacaria como um case de sucesso e por quê? 

Temos muitos cases de sucesso, o que se reflete em uma avaliação muito positiva junto aos empreendedores que nos apontou um NPS de 66. Como exemplo, em 2020 nos tornamos sócios minoritários em uma startup chamada Kangu, que nos ajudou a expandir os pontos de coleta, para onde os vendedores levam os produtos para serem despachados aos compradores. E nós ajudamos a Kangu a crescer exponencialmente, apontando onde haverá demanda por esses pontos. Também destacaria a idwall, de segurança e identificação digital, que atende o Mercado Livre com tecnologia para validação de identidade de usuários. Temos parceria com a fintech BizCapital, que consegue prover crédito a públicos que não alcançamos. E vários outros exemplos de sinergia com a maioria das startups do portfolio.  


Em que setores ou segmentos estão de olho para apostar nos próximos anos?

Tecnologias para logística, e-commerce, advertising e fintechs, por exemplo. Além desses setores, estamos de olho em soluções que nos ajudem a acelerar verticais dentro de marketplace, em segmentos como moda, supermercado, eletrônicos, entre outros. Além de explorar novos verticais, como a área de seguros. 


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