Apesar da crise sanitária que estamos vivendo no mundo por causa da pandemia, o mercado de capitais brasileiro está cada vez mais atrativo. Vivemos um momento transformacional, com o aumento da participação dos investidores locais nas ofertas de mercado, avalia Gilson, CEO da B3. “O poder dos juros baixos fez que com o investidor local, seja ele institucional ou de varejo se destacasse”.
E isso não quer dizer que os investidores estrangeiros não tenham mais um papel de destaque nesse cenário. Segundo Gilson “o investidor estrangeiro ainda está olhando para o Brasil, mas obviamente está mais seletivo.
O mercado de IPOs bateu um recorde histórico neste ano e a nova safra de empresas abertas chama atenção pela diversidade, tanto de setores, quanto geográfica. “Esse movimento é só o início, temos uma jornada muito ampla pela frente e certamente se nós fizermos o dever de casa teremos muito anos de atividade para diversificar o portfólio” ressaltou o CEO da B3.
Quase metade dos IPOs de 2020 foram de empresas investidas por Private Equity e Venture Capital. O juro em um patamar inferior ao que estávamos acostumados certamente ajudará o desenvolvimento do mercado. “Claramente o problema era demanda, bons empresários e boas teses sempre tivemos. Colocar empresas menores na bolsa nos dará a representatividade que tanto precisamos para termos uma bolsa que reflete a economia brasileira”, diz Gilson.
Neste ano a B3 está comemorando 20 anos do Novo Mercado, segmento especial que recebeu quase 80% dos IPOs deste período, o que mostra a aderência aos padrões elevados de governança corporativa, e reflete a agenda de ESG, cada vez mais necessária no atual cenário.