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Fragilidade fiscal desafia gestão de ativos no longo prazo, diz Amaury Bier Adicionado em 12/11/2020
 
O desequilíbrio da política fiscal brasileira compromete a estabilidade do atual patamar de juros baixos e impõe desafios adicionais à gestão de ativos no longo prazo, avalia Amaury Bier, CEO da Gávea Investimentos. “Na curva longa de juros há embutido um prêmio de risco expressivo, que tem a ver com tamanho e a dinâmica da dívida pública”, disse o executivo durante um painel voltado a investidores da ABVCAP Experience. 

Segundo o ex-secretário executivo e de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o cenário de juros nominais e reais baixos no Brasil devem permanecer por “algum tempo”, mas, no futuro, depende da saúde das contas públicas. “Há um desafio político e técnico. Tecnicamente, sabe-se mais ou menos o que fazer. Mas, politicamente, é muito difícil implementar", defende. 

Apesar da disposição aparente do ministro da Economia, Paulo Guedes, em atacar o problema, ainda pesam contra o governo custos significativos com a folha de pagamentos e Previdência, que pressionam a dívida bruta a um patamar perto de 100% — dimensão “inédita” a um país em desenvolvimento como o Brasil. 

Como sintoma e consequência dessa situação, o país enfrenta um estado de “anemia de crescimento”, classifica o também ex-economista chefe do Ministério do Planejamento. “Há uma dificuldade de crescer a taxas mais elevadas, diante de desafios como a baixa taxa de investimento e qualidade da educação, e a desconexão com cadeias globais de fornecimento." 

Readequação de portfólio 

Em resposta ao cenário de juros na mínima histórica, fragilidade fiscal e crescimento pífio, gestores e investidores são obrigados a readequar seus portfólios. Apesar das incertezas macroeconômicas, César Pereira, gerente executivo na Fapes (Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES), ressalta a alocação elevada de investimentos em títulos públicos e outros ativos. “É uma necessidade de todo o investidor buscar maior diversificação e risco”, ressaltou sobre o atual cenário. “Vemos muitas oportunidades no Brasil em todos os segmentos”, reforça, ao mencionar áreas como fundo de fundos, infraestrutura,  florestal, entre outras . 

Para Bruno Maueler, gerente de investimentos da Fundação Copel, o movimento de rebalancear portfólios é “fundamental e natural” e “deve se aprofundar nos próximos anos”. Entre seus efeitos, cita a revisão de expectativas de retorno e a importância de aumentar eficiência. “É preciso diversificar, colher prêmios de risco alternativos, investir em ativos ilíquidos, e ter mais flexibilidade no uso de ferramentas como derivativos (…) A regulação tem que caminhar para uma maior flexibilização”, acrescenta.  

Oportunidades e desafios 

Entre as oportunidades alternativas e promissoras na região, Renato Weiss, diretor da Lexington Partners na América Latina, cita os fundos de pensão de países como o Chile, com legislação avançada e quase metade da carteira de investimentos de origem internacional. “Os gestores são de primeiríssima qualidade”, cita. No Brasil, pondera, apesar do crescimento "anêmico", há ativos estratégicos no segmento de private equity, com casas experientes e empresas em busca de capital. 

Já entre os riscos, estão as restrições econômicas impostas pela pandemia da covid-19, sobretudo aos gestores públicos, reforça João Carlos Figueiredo, diretor-presidente do Iprejun (Instituto de Previdência do Município de Jundiaí). “Atuamos em um mercado muito avesso ao risco de investimento neste momento. (…) A crise atual nos traz uma dificuldade maior. Em alguns lugares não há recursos para fazer aportes.”

O painel foi organizado pelo comitê executivo de investidores da ABVCAP, coordenado por Patrícia Freitas. Criado em 2013, o grupo conta com 40 investidores nacionais e internacionais, entre fundações, family offices, agências, bancos de desenvolvimento e fundos de fundos. 


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