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Notícias ABVCAP

“O Private equity não é só funding” Adicionado em 08/06/2020
 
A crise causada pela pandemia da Covid-19 está mostrando aos empreendedores brasileiros que ter um sócio de Private Equity não é positivo apenas pelo acesso a capital – mas, sobretudo, pela capacidade de auxiliar a gestão. É a visão de Priscila Rodrigues, Managing Partner da Crescera Capital. A gestora aumentou as interações com os executivos de suas empresas investidas, algumas delas em setores que foram considerados essenciais pelo governo. Priscila diz que, à medida que o auge da crise passa, as oportunidades para alocação de capital vão voltar a surgir. 


Quais as lições da crise?

A crise gerada pela pandemia de coronavírus tem provado que o Private equity não é só funding ou uma alternativa ao mercado de capitais. É também gestão e estratégia, e isso fica muito evidente numa hora como essa. Hoje, tanto empreendedores quanto executivos passam a tem uma compreensão dessa diferença. Muitos que decidiram ficar sozinhos, sem fundos como sócios, sentem hoje falta dos eventuais benefícios de ter um fundo de Private Equity ou Venture Capital ao seu lado.


Quais medidas foram tomadas para ajudar as empresas já investidas?

Na Crescera, sempre atuamos ativamente nas empresas investidas, mantendo contato contínuo com gestores e participando de reuniões de conselho e comitês assessórios. Desde que começou a pandemia, intensificamos bastante esta proximidade. Passamos a fazer reuniões diárias com as companhias. Nas investidas do setor de saúde, principalmente, com reuniões de segunda a domingo. Em algumas das empresas, mantemos este processo até hoje. Outras, já têm espaço de um dia entre elas ou ocorrem três vezes por semana.
Dividimos nossas ações em três grandes centros: saúde financeira, operação e condições para enfrentar a crise. Primeiro, verificamos se as empresas tinham caixa e/ou linhas de crédito disponíveis e como seria a dinâmica financeira para enfrentar meses diferentes do que estava programado. Focamos ainda na saúde física e mental dos nossos colaboradores e em novos protocolos de atendimento, garantindo que o trabalho de profissionais nas linhas de frente dos nossos negócios fosse realizado com equipamentos e procedimentos adequados. Por fim, nos direcionamos ao suporte para todas as frentes, da logística até a operação, passando por gestão de estoque e planos orçamentários, para garantir o funcionamento das atividades.
Realizamos, em dois meses, um trabalho de mudanças que as vezes é feito ao longo de um ano inteiro. Tem sido bastante positivo e as companhias do nosso portfólio se mostram satisfeitas em ter nosso suporte estratégico.
Cada empresa ou setor está sofrendo de forma diferente, seja em questão de receita como de custos. O importante agora é garantir a segurança nas operações. Depois, a gente pode olhar para a rentabilidade, expansão e liberação de caixa para investir. Acreditamos que as companhias do portfólio vão crescer nos próximos meses.


Você pode nos dar exemplos concretos de atuação nas empresas investidas?

Nós somos acionistas da Oba, rede varejista especializada de alimentos. Lá, executamos uma série de mudanças para que as lojas continuassem operando e avançamos rapidamente nas estratégias digitais. Colocamos em prática também iniciativas para garantir que nossos fornecedores continuassem atuando e que nossa cadeia logística funcionasse, de forma a manter o fornecimento de produto. Ajudamos alguns dos fornecedores, inclusive, como produtores rurais brasileiros.
Na Hospital Care, de serviços médicos e hospitalares para atendimento primário e secundário, nos voltamos para o atendimento de pacientes de Covid-19. Investimos em equipamentos de proteção individual, outros materiais físicos importantes para o atendimento, treinamentos. Tivemos grande preocupação com a saúde dos nossos colaboradores, seja a física ou emocional. Criamos também meios para conectar nossas equipes médicas no Brasil com equipes de fora do país, de forma a prepará-los para atender casos relacionados à doença. É claro que a taxa de ocupação e a receita são muito relevantes para um fundo, mas não pode ser nosso foco nesse momento, em que a gente fala de vidas em uma pandemia. 


A empresa de educação Afya é uma companhia listada na bolsa americana. Como está sendo por lá?

Para a Afya, a pandemia serviu para comprovar a sua resiliência e seu modelo de negócios de longo prazo. Assim que as autoridades solicitaram, movemos todos os alunos para o ensino on-line através de plataformas educacionais. Inclusive abrimos nossas plataformas para demais estudantes de medicina de outras instituições de forma a poderem continuar estudando. Criamos vários conteúdos gratuitos referentes a COVID-19, o que gerou um recorde de tráfego em nossas plataformas digitais.
Do ponto de vista financeiro, os pagamentos permaneceram regulares. Por conta dos recursos obtidos em nosso IPO, já temos caixa suficiente para inclusive continuar olhando atentamente para oportunidades de aquisições. Quem quiser informações adicionais por favor entre em contato direto com nossa área de RI.


Vocês já foram procurados por empresas que passaram a querer um fundo de Private Equity como sócio após o início da crise?

Sim, empresas já começaram a nos procurar. Em março e abril todos estavam olhando para dentro de casa, mas em maio já enxergamos uma abertura maior para o mercado.
Na Crescera, continuamos alocando capital. Não paramos por causa da pandemia. Seguramos um pouco, para dedicarmos nossa equipe a ajudar as empresas de nosso portfólio, mas fundos com caixa e apetite para investir terão muitas oportunidades.

Fonte: ABVCAP News | Junho 2020


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